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Asteroide causará 'eclipse' de estrela visto a olho nu

Fonte: Cub

É relativamente comum um eclipse solar ou lunar. Mas a ocultação de uma estrela por um asteroide é, no mínimo, algo inusitado. Os brasileiros, nesta quinta-feira à noite (8), poderão observar esse raro evento. Os moradores de estados do Norte e do Centro-Oeste brasileiro poderão ver a olho nu a estrela Delta Ophiuchi se apagar por cerca de sete segundos, enquanto o asteroide Roma passar entre ela e a Terra.

Quem está nos estados de Pará, Mato Grosso e Rondônia deve olhar para o oeste, respectivamente, entre 19h10 e 19h15. Porém quem não tem telescópio dependerá do céu estar sem nuvens e pouco iluminado. "É muito difícil ver a ocultação de uma estrela. Ainda mais dessa que possui um brilho comparavelmente fraco a olho nu", conta Rosa Maria Fernandes Scalvi, professora do Observatório Didático Astronômico Lionel José Andriatto da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Mas, quem conseguir ver deve saber que estará presenciando um raro evento - que também poderá ser observado do Norte da África até a Europa Central e na Bolívia.

O astrônomo Marcelo Assafin, do Observatório do Valongo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e que participa de um grupo de pesquisa sobre eclipses, conta que são enviados alertas para astrônomos profissionais e amadores do mundo todo quando há um evento desses. "É muito raro um asteroide passar na frente de uma estrela brilhante, que é vista a olho nu", conta Assafin. "Essa ocultação permite que calculemos o tamanho do asteroide e seu formato", explica o astrônomo. Aliás, o fenômeno é chamado de ocultação porque um astro passa em frente ao outro.

O asteroide Roma, com diâmetro de 51 km, está localizado no Cinturão de Asteroides, entre Marte e Júpiter. A Delta Ophiuchi, a quarta mais brilhante da constelação Ophiuchi, está a 170 anos-luz da Terra - o Sol, a 8 minutos. Ela é vista no Brasil apenas no inverno. "A constelação Ophiuchi estará abaixo da Escorpião, no lado oeste do céu", explica Rosa Maria. A astrônoma Tânia Dominici, uma das gerentes do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), sugere que o interessado tenha em mãos uma carta celeste - uma espécie de mapa dos astros do céu. "Facilita a localização da estrela", explica.

Os pesquisadores já encontraram cerca de 400 mil asteroides no Sistema Solar. Esses objetos rochosos ou metálicos orbitam o Sol e podem ter quilômetros ou metros de diâmetro. Quanto menores, mais difícil de serem vistos da Terra. O asteroide Roma está distante da Terra, no momento, cerca de duas vezes a distância do Sol e do nosso planeta.

Mais uma novidade este ano

Os amantes da astronomia podem se preparar. Na noite do dia 17 de agosto, haverá outra ocultação estelar similar, mas causada pelo asteroide Ceres - um dos maiores do Cinturão de Asteroides, com 700 km de diâmetro. "O evento começará no Brasil pelo oeste às 19h25 e finalizará no país pelo leste às 19h40 (horário de Brasília)", conta Assafin. A estrela UCAC2, a ser ocultada, não é visível a olho nu, mas quem tem telescópio em casa poderá acompanhar.

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