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Calor em alto nível… [Aperitivo sobre as explosões solares]

A temperatura extrema fez crescer o serviço no Departamento Médico Legal de Porto Alegre e provocou correria no HPS
Renato Gava  |

Moradores de rua são vítimas em potencial das altas temperaturas - Luiz Armando Vaz A onda de calor tem provocado muito mais do que apenas incomodação na Capital. A média de mortes naturais registradas por dia no Departamento Médico Legal, que fica entre três e quatro casos diários, nos primeiros quatro dias de fevereiro chegou a quase oito – foram 31 óbitos. Significa um aumento de 121%.
- Combinação perigosa
– Certamente o forte calor contribuiu para essas mortes, pois potencializa os efeitos do álcool e das drogas e traz complicações para várias doenças, como hepatite – declarou o diretor em exercício do DML, João Luiz Corso.
Em teoria, o DML atende apenas vítimas de mortes violentas (suicídio, homicídio). Mas também acabam sendo levados para lá corpos de moradores de rua ou encontrados em vias públicas.
– Na grande maioria das vezes, esses mortos trazidos são moradores de rua ou pessoas bem pobres. São vítimas em potencial dos efeitos do calor, pois ficam muitas horas expostos ao sol, sem proteção e com o organismo já debilitado – completou o médico.
Pelos registros da Polícia Civil, pelo menos oito dos corpos encontrados este mês seriam de moradores de rua. Além da exposição ao sol, outro fator pode ter agravado a situação das vítimas: o uso de drogas como o crack e o loló (éter).
Tecnicamente, nesses casos, o médico trata o calor como concausa (causa paralela que agrava a doença).
- Drogas acentuam perda de líquidos
– Eles (drogas e álcool) fazem com que a pessoa perca ainda mais líquido, acelerando um processo que pode terminar em morte – continuou o diretor, que também é médico legista.
- Correria no HPS
No HPS e no Samu, a demanda de atendimentos em casos de pressão alta e outras complicações devido ao calor teve “forte aumento”, informou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde. Conforme o órgão, com o ritmo de trabalho intenso nos últimos dias, ainda não foi possível fazer um levantamento em números.

DIÁRIO GAÚCHO

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